Sharath Jois (1971-2024)

Eu conheci o Sharathji em 2007, no antigo KPJAYI, em Mysore no Sul da Índia. Conheci-o nas aulas, e embora ainda estivesse na sala, o grande Shri K. Pattabhi Jois, eu soube de imediato quem é que seria o meu professor.

E de 2007 a 2016, fui todos os anos para a Índia estudar com o Sharath Jois. Acho que foi em 2012, que eu estava a contar-lhe as minhas dificuldades, e ele disse-me, “Vira (para ele, Vera era Vira) o teu nome é de Guerreira, e para honrares o teu nome, tens de ser forte no teu ensino, e na tua vida…” e eu lá voltei para Portugal a tentar seguir a suas palavras, e ainda hoje, passado tanto tempo, continuo a tentar seguir o seu conselho.

O meu professor morreu cedo demais, tinha apenas 53 anos, foi-se embora de forma inesperada na tarde de 11 de Novembro, e desde aí que os seus alunos dos 4 cantos do Mundo, estão a partilhar histórias e imagens sobre ele. Porque o Sharathji tinha a capacidade de marcar e mudar a nossa vida, e inspirou-nos a todos, pela sua paixão e amor pelo Yoga. Ele deixou um legado, e teve a humildade de ir mudando o seu ensino, aprendendo com os seus alunos, ajustando-se à evolução natural das nossas necessidades, sem perder a ligação com a tradição deixada pelo seu Guru, o seu avó, Shri K.Pattabhi Jois.

Não estamos numa fase de grande fé nos Gurus, e o Yoga hoje em dia, deixou de estar na moda, há outras coisas mais rápidas e divertidas, para atingir força e flexibilidade física.

Mas aquilo que tem sido esquecido, é que esta prática não é só física, é outra coisa muito mais profunda e especial. É outra coisa única, poderosa e transformadora, porque ultrapassa a força e a flexibilidade física, e entra nas dimensões do mental, emocional, energético e espiritual.

Podes ter força e flexibilidade física, mas sem as outras camadas, continuarás perdido, confuso, triste, zangado, ansioso, stressado, esgotado, etc. Porque a felicidade não está cá fora mas naquilo que existe dentro de cada um de nós, bem-haja o Yoga, com mais de 5000 anos, para mostrar-nos o caminho.

O meu professor morreu cedo demais, eu tinha finalmente retomado este ano  as minhas idas anuais a Mysore, e achei que estaria com ele, mais 10 ou 20 anos. Mas nada é garantido, então que possamos  celebrar a sua vida, praticando com intenção, foco e disciplina, e sermos gente com o coração no lugar certo, de forma aberta, gentil e amorosa.

Gosto de ti, meu querido Guru.

BOAS PRÁTICAS

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