No outro dia ouvi esta história, esta uma mulher no supermercado com um bebé pequeno ao colo, e de mão dada com outra criança que deveria ter 5 anos.

A mulher tentava fazer as compras mas a criança mais velha não parava de largar-lhe a mão para correr pelo supermercado, agarrava os produtos que encontrava e mandava tudo para o chão. A mãe visivelmente irritada, nervosa e até envergonhada, corria atrás dele enquanto pedia para ele parar. Mas quanto mais ela corria e falava com irritação, mais a criança continuava.

Passado alguns instantes e já com o bebé a chorar, ela conseguiu agarrar a criança mais velha, colocou-a dentro do carrinho das compras, e  com o rosto muito vermelho, a respiração rápida, os olhos a expressarem a zanga, falava para o filho nunca mais voltar a fazer aquilo. Em poucos instantes estavam as duas crianças a chorar e a mulher ainda mais desesperada!

Nesse momento aproximou-se uma senhora mais velha que  começou a falar com a mãe num tom de voz muito calmo, sereno, simpático e atencioso. A mãe estava tão envergonhada, pensou que iria ouvir uma critica ou um julgamento mas foi surpreendida.

A senhora falava-lhe lentamente a olhar nos olhos, perguntou a idade dos meninos. A  mãe respondeu. E a senhora disse-lhe simpaticamente que com aquela idade era normal o mais velho querer correr, e ficar curioso com todos aqueles pacotes de diferentes formatos e cheios de cores. A mãe cabisbaixa respondeu um sim mas que às vezes era muito cansativo.

A senhora acabou por ir embora, mas ainda viu a mãe a dar festas na cabeça do bebé que já não estava a chorar, e a caminhar de mão com a criança mais velha.

A meditação e a prática de Yoga pretendem ser a voz calma, serena e cuidadosa da senhora mais velha.Esta voz compassiva que não julga nem critica mas que apoia, oferece perspectiva, espaço, relaxamento e enraizamento. A voz que ajuda a sair do domínio das nossas emoções e das velhas reacções automáticas que impedem de sermos o nosso melhor.

Vivemos num mundo rápido, intenso, desgastante, carregamos tanta pressão e tensão que sobrecarregamos os nossos corpos e mentes. Estamos constantemente ansiosos, preocupados, stressados, dominados pela raiva, a zanga e o medo, em constante auto-piloto e profundamente desconectados connosco mesmos, com os outros e com o que nos rodeia.

A meditação e a prática de Yoga são um convite para parar, ligarmo-nos a nosso interno para desligar o botão da rapidez, do cansaço extremo, da reactividade e do medo. E aprender a cultivar um tempo com intenção  para acalmar, apesar do que possa existir na nossa vida.

BOAS PRÁTICAS