QUE VENHAM MUITOS MAIS TRAMBOLHÕES!

Eu comecei a praticar Yoga em 1999, quando haviam poucos professores e escolas, mas é só em 2002 é que tive a minha primeira aula de Ashtanga, e foi um amor imediato, daqueles que sabemos que é para a vida, mesmo quando não adivinhamos o futuro!

Mas por mais amor que sinta por esta prática incrível de Yoga, a verdade é que me obrigou (e ainda obriga) a um processo forte de aprender com os meus erros, falhanços, parvoíces, e tudo o que implica crescer, para conseguir tocar, alguns dias, e muitas vezes apenas ao de leve, na bonita noção de equilíbrio e harmonia.

E de vez em quando, dou com cada trambolhão lá de cima! Bem-haja a sorte de estar cá em baixo um tapete, a areia, ou um sistema de estratégias que desenvolvi pelos anos de prática, que amparam as aparatosas quedas!

Normalmente chego cá abaixo e rio-me, mas há os dias que choro, porque a queda foi mais forte,  e a noção que continuo a ter tanto trabalho pela frente, assusta! É nessa altura que me lembro dos textos da minha querida Sofia Castro Fernandes, ou as conversas com o meu pai, ou as aulas que faço com o meu professor Peter Sanson, que me oferecem imediata inspiração para parar de me lamentar, levantar-me, limpar as lágrimas, as feridas, as mágoas, e as ilusões, e com maior atenção e presença, tentar (mais uma vez) no Yoga e na vida, melhorar a postura e equilibrar-me, mas acima de tudo, sem esquecer de continuar a desenvolver compaixão e amor por mim mesma.

Porque continuarei a ter de viver os dias trambolhões, os dias que me confundo, os dias que perco o norte. Os dias que preciso de alguém que me guie, que me relembre que está tudo bem, que nada está a faltar, e que tudo faz parte. Os dias que peço colo, mimo, beijinhos e abraços, que desabafo com quem me quer bem, e que escuto em silêncio, conselhos e ideias. Os dias de pausa na prática e na vida, para colocar tudo noutra perspectiva. Os dias de leituras em busca de novas direcções, os dias de escrita em modo de desabafo. Os dias de horas dentro de água a surfar, com a água gelada de um mar de verão que não aquece. De passeios infinitos com a minha filha nas nossas praias preferidas, de pararmos para ver o Jo a fazer mais uma onda, ou para  melhor ouvir  as suas gargalhadas de alegria, e tudo o resto que me faz querer continuar a dar trambolhões, e aprender com esta vida que não tem nada de perfeita, mas que me tem oferecido o privilégio de ser grata. ♥︎

 

 

BOAS PRÁTICAS

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