#MAKE A STOP
Quando não paramos na altura certeza, lá mais à frente surgirá alguma situação, interna ou externa, que nos obriga a abrir os olhos, e a travar a fundo! O susto da travagem é tão forte, porque andámos distraídos, ou optámos por aligeirar os sintomas, que no acto de carregarmos no nosso pedal interno de paragem, vem ao de cima uma série de emoções, que nos confrontam com uma realidade que até então não tinha sido perceptível.
Quando saímos da nossa viatura, e sentimos o nosso corpo a tremer face à adrenalina, a respiração fora do controlo, os olhos vermelhos carregados de lágrimas, e tudo em nós em estado de alerta e fragilidade, é que finalmente entendemos os conselhos de quem nos está próximo, e que há algum tempo pedia para pararmos.
Uma vez passada a fase de tomada de consciência, e o reboliço interno do confronto de entendermos como temos andado, cria-se o espaço necessário para entrarmos em modo de descanso. E é normal relembrar os dias, semanas, para alguns, os meses, de agitação, stress contínuo, nervos à flor da pele, irritabilidade, raiva, cansaço extremo, dores musculares, entre tantos outros sintomas. Olhamos para trás, e colocamos as mãos na cabeça, por ganharmos a noção que precisamos mesmo de parar, e de descansar.
Existem vários pares de exemplos, que trazem instrumentos para aprendermos a viver um quotidiano sem “nervos à porta”, seja dormindo mais, alimentarmo-nos melhor, criarmos tempo para desfrutarmos de pequenos momentos que podem ter o grande efeito de nos revitalizar.
Para mim a melhor forma de parar e de descansar, é sempre por meio da prática de Ashtanga Yoga. Não é uma prática fácil, ela implica um certo grau de exigência, de responsabilidade, de concentração, mas dá-nos de volta a bonita capacidade de esticarmos corpo, mente e alma ao mesmo tempo, de recuperarmos energia vital, renovando e reequilibrando o que tínhamos andado a gastar, e a perder num dia-a-dia frenético.
Se nunca praticou, e se acabou de ter um susto com a última travagem na sua vida, procure um estúdio de Yoga, fale com o professor, experimente a aula, será conduzido a respirar, a mover-se, e a sentir-se. O professor tentará trabalhar consigo num todo, levando-o a lugares dentro de si mesmo que nunca tinha visitado, e conseguirá aos poucos entender que a parte fácil do Yoga são as posturas, que a parte mais complicada é o foco na sua mente, e nos padrões de sentir, pensar e agir. Mas ganhará gradualmente instrumentos que serão inspirações para na hora de responder ao stress, relembrará as aulas de Ashtanga, e conseguirá sorrir. O Stress vai ficar a olhar para si com cara de parvo, e você dará meia volta, para seguir por um caminho diferente.
Para mudar o seu padrão de reacção a situações de desgaste, vá fazendo pausas boas na rotina, seja pela prática de Ashtanga, ou caminhadas na Natureza, momentos em família, idas à praia com as suas pessoas favoritas, entre tantas outras formas de você sentir alegria e prazer, mesmo que momentâneo e superficial, porque lembre-se que quando não paramos por nós, lá mais para a frente somos obrigados a uma travagem, que muitas vezes até são inofensivas, que servem só para nos dar um abanão, mas quando se tornam cada vez mais regulares, intensas e dolorosas, podem ser o começo de algo mais grave para a sua saúde física, mental, emocional e energética.
Vá fazendo as suas paragens, vá gerindo o seu nervosismo, ansiedade e stress, vá ganhando instrumentos para libertar tensão, esticando o corpo, mente e alma, descomprima, liberte-se, e sorria.
E recorde-se que não será o seu marido a fazer por si, não será a sua professora de Ashtanga, nem o seu personal trainer, nem a sua querida mãe, nem o seu grupo de amigos, nem ninguém, estas mudanças podem surgir de inspirações de fora, mas para ganharem maturidade terão de ser instituídas por cada um de nós, no dia-a-dia. Aproveite uma travagem que a vida lhe traga, para parar, sair do veículo, sentir-se a tremelicar por todo o lado, ir para casa, descansar, sentir-se, relembrar-se das suas reacções nos dias, semanas, meses ou anos anteriores, e decidir-se a mudar. Comece por criar pausas no seu quotidiano onde possa respirar fundo, alegrar-se e encher de boas energias e boas emoções, e com confiança fazer as alterações que precisa para ganhar calma, e bem-estar.