#HOPEFULLY IN THIS LIFE TIME
Ás vezes pergunto-me quanto mais tempo terá de passar para finalmente sentir que estou num estado permanente de Yoga? Quantas práticas tenho mais de fazer? Será que vou encontrar o tal do equilíbrio ainda nesta vida? Ou a tal união entre corpo, mente e alma surge apenas para aqueles que se isolam, sobem a uma montanha, Himalaias, ali o Pico, ou outra qualquer, e meditam 24h sobre 24h? O que é isto de equilíbrio? E o que é que afinal determina ou caracteriza o estado de Yoga, numa vida quotidiana, de ter de trabalhar, de estarmos parados no trânsito, de cuidarmos dos filhos, de vivermos em família, e de tantos mais “des”?
Ás vezes viajo nestes pensamentos, abro os livros dos clássicos, e leio atentamente algumas partes à procura de pistas, passo os olhos pelos Yoga Sútras, dou volta às páginas do Hatha Yoga Pradipika, ou alguma passagem do Bhagavad Gita. Acabo sempre por reparar nalgum aspecto que outrora tinha passado despercebido, escrevo aquele segmento no meu caderninho de notas, e sento-me a reflectir. Traço uma série de novos planos para encontrar o tal do equilíbrio, e logo a seguir volto a recordar que isto não tem nada a ver com projecções, ou estratégias para conquistar o que não é possível de agarrar! Eu não consigo agarrar o equílibrio, o estado de paz interna, não consigo segurar na tranquilidade, ou fechar-me com a calma, para pedir com jeitinho um abraço chegado, não consigo seduzir nenhuma destas características, nem comprá-las, porque não estão à venda, nem nas escolas de Yoga mais “fancy”, nem com o professor mais conhecido do Instagram!
Não há forma fácil, e o único caminho parece que é o que Buddha expressou, ou o que Patanjali sabiamente escreveu, ou o que Shri K. Pattabhi Jois resumiu, “PRACTICE, PRACTICE, PRACTICE…All is coming.” Parece que a única forma de sentir algum vestígio do tal do equilíbrio, do estado de paz interna, de tranquilidade ou calma, ou outro qualquer nome que prefiram usar, é praticar. É tentar, por meio das posturas, por meio das respirações, ou outra técnica que tenham aprendido e que sentem que vos conecta. E não vale a pena ter expectativas, porque mais uma vez chego à conclusão que talvez o importante nem sequer seja o resultado, o fim, mas o próprio caminho de praticarmos, de trazermos o que aprendemos no tapete, para o dia-a-dia. E viajarmos neste mar de opostos, ora passando por debaixo das ondas com mestria nos mergulhos, ou por cima quando ainda não estão em espuma, para às vezes sermos varridos pela força do oceano, que nos empurra para dentro dele e nos sacode com alguma violência, e para outras deslizarmos sobre ele com os pés na prancha, sorriso no rosto e alegria no coração.
BOAS PRÁTICAS
