Depois de ano e quase um mês nestas novas andanças como pais de uma bebé, cedo percebemos que de vez em quando, tínhamos de ser só dois!

Construir uma família é muito parecido com criar uma prática consistente de Ashtanga Yoga, porque  implica dedicação, tempo, organização, aceitar e aprender a todo o instante! A intensidade e o processo de mudança que nos vemos envolvidos são  semelhantes, ambos instigam a darmos voltas a nós mesmos para ganhar flexibilidade no corpo, mas acima de tudo na mente, e despirmos as máscaras de uma vida para abraçarmos com honestidade o melhor de nós mesmos e aprendemos a partilhá-lo com aqueles que estão à nossa volta. Mesmo quando os nossos bebés passam os dias a refilar por andarem aflitos dos dentes, ou  quando o peso das  noites mal dormidas já são mais que muitas, ou porque os filhos quase adolescentes estão a entrar numa nova fase de vida, e tantos outros exemplos que obrigam a respirarmos fundo, e na expiração reagir com toda a calma e sabedoria para  apagar  fogos, superar dificuldades, confusões, organizar rotinas que promovam a alegria das nossas crianças, confeccionar todos os almoços e jantares, separar roupa por cores, esfregar nódoas que não acabam, apanhar brinquedos no chão de cada assoalhada, e tudo resto que é preciso ser feito numa lista infindável de tarefas!

Mas além de tudo isto, e quer  tenhamos crianças pequenas ou mais crescidas, é importante  garantir que possamos ser de vez em quando, só dois! Especialmente quando a vida começa a parecer rápida, com as semanas a fio a desaparecerem e a mudarmos (sem perceber como) a página do calendário que anuncia um novo mês. E por isso, para lá do dia-a-dia das funções de cuidar e educar os nossos filhos, há que parar e ligar aos avós, às babysitters, aos amigos mais próximos, aos nossos irmãos, a quem sentimos que podemos confiar para deixar os nossos filhos em segurança, e  sair para parar, sentir e respirar e estar algumas horas a fazer algo que gostamos, onde possamos renovar a nossa energia e assegurar que façamos algo que nutre a nossa alma e que nos inspira a sermos a melhor versão de nós mesmos.

Cá em casa a opção é quase sempre a mesma, a de ir a um dos nossos lugares favoritos para surfarmos juntos! Mas o mais engraçado é  que depois de umas horas dentro de água, acabamos a lembrarmo-nos das brincadeiras da nossa bebé ou do facto de termos a sorte da Maria que tem 12 anos, ser tão nossa companheira! E percebemos que sermos 2 é muito bom, e é preciso, mas 4 + 1 (a Biga, que é a nossa cadela, parte integrante da família) é muito melhor!

BOAS PRÁTICAS