COVID E O CONFINAMENTO
É com gratidão que olho para o meu quotidiano, este que hoje continua a deixar-me estar com cada um deles, mesmo que agora, seja por detrás do ecrã.
Este vírus e este confinamento, vieram obrigar-me a ensinar num formato completamente novo, por meio do meu computador, num Mundo Online que desconheço completamente. Estou há semanas a tentar desapegar-me das aulas presenciais, do quanto eu gosto de uma casa cheia, de tapetes perto uns dos outros, de escutar a respiração dos alunos, de reparar nas reacções dos seus corpos a cada movimento e posturas, de sentir a energia de grupo.
Estou há semanas a trabalhar o desapego, a flexibilidade, a aceitação, a positividade, e a fé. E todos os dias abro o meu computador e aprendo com eles, a gente cá de casa, do Ashtanga Cascais, que generosamente, decidiram continuar como alunos apesar do ensino ser feito de forma online.
Todos os dias acabo as aulas com a sensação de ter corrido uma maratona, sinto-me esgotada, um cansaço distinto de outros tempos. Mas todos os dias agradeço cá dentro.
Não posso tocar, nem escutar-lhes a respiração, mas sinto-me a ensinar mais e mais com o meu coração, e numa linguagem que ultrapassa os limites da distância física, e que permite que estejamos juntos mesmo que longe.
Hoje passado estes 13 anos de Ashtanga Cascais, sou uma mulher mais grata, e agradecida a todos estas pessoas que são aluna desta casa, pela enorme oportunidade de permitirem-me continuar a trabalhar neste meu sonho, que é ensinar esta prática ao máximo de pessoas que conseguir. Hoje sou ainda mais grata a esta prática de Yoga, que sem dúvida oferece-me o meu melhor, um ritual de crescimento, fortalecimento e superação.