AMOR (PRÓPRIO)
Há uns tempos escrevi o começo deste artigo, e hoje passado um par de semanas, parece-me ainda mais actual, pela particularidade de estarmos todos a viver mais nas nossas casas, e que esta paragem obrigatória está a promover a necessidade de olhar cá para dentro, para nós próprios, mas também para as relações que estabelecemos com os outros.
Devíamos aprender quando somos crianças que viver um grande amor é incrível, uma sorte, uma verdadeira dádiva, especialmente porque implicará mais cedo ou mais tarde, a necessidade de fazer viagens cá dentro, e tomar atenção aos nossos diálogos internos, os nossos pensamentos. Além disso implica a aprender internamente a largar as queixas, as culpas, os medos, as vergonhas e os julgamentos. E ainda a cultivar em profundidade o poder do perdão e da gratidão, que trazem a força do presente e da responsabilidade, para abraçarmos a oportunidade diária, de escolher e tomar decisões de mãos dadas com o nosso amor (próprio).
Sim, devíamos aprender em crianças, que viver um grande amor começa sempre por ser cá dentro, que o outro quando chegar, nunca será para ser a solução dos nossos problemas, carências e inseguranças.
E esta altura de quarentena pode ser a oportunidade certa para fazer ou aprofundar estas viagens ao interno. Por isso invés de continuares a queixar-te, a apontares o dedo, toma atenção aos teus pensamentos e aos teus diálogos internos, tira lições, levanta a cabeça, assume o teu próprio poder na história da tua vida. Valoriza-te pelo que és, não esperes pelas parabéns ou o incentivo dos outros, arregaça as mangas e com trabalho diário, foco, e inspiração, cultiva o teu amor próprio, que nada tem a ver com narcisismo, ou abraços ao teu Ego. Mas em viveres uma relação contigo mesmo de amor e de respeito, como base para as tuas relações com os outros. Porque sim, viver um grande amor é incrível, uma sorte, uma dádiva, quando primeiramente o vivemos cá dentro, por nós mesmos.