#WHEN I´M THINNER…HAPPIER…

Quando estiver mais magro. Quando estiver mais feliz. Quando me sentir pleno. Quando superar esta perda. Quando deixar de ser preguiçoso. Quando ganhar o “Euromilhões”. Quando…

Se eu escrevesse o que já ouvi ao longo de todos estes anos, por parte de umas boas dezenas de praticantes que de um momento para o outro, optaram por parar de praticarem, porque  engordaram no período das férias, e então acham que precisam de estar mais magros para conseguir retomar a prática, ou porque se separaram e se sentem menos felizes, ou porque estão em fases complicadas da vida e se encontram  imensamente nervosos, e pensam que só quando estão calminhos e equilibrados é que a prática faz sentido. Ou porque perderam um pai, um tio, um avó e os sentimentos são tão fortes, que consideram que vão passar metade do tempo da prática a limparem lágrimas, ou porque agora estão numa fase preguiçosa, como se alguma vez tivessem deixado de o serem! Ou porque na realidade estão à espera de ganhar o Euromilhões, para puderem largar os empregos, e assim terem uma vida relaxada, onde o Ashtanga Yoga seria o seu foco principal, já que não tinham de trabalhar!

Não é novidade que todos temos a maravilhosa capacidade de criarmos desculpas, que na maioria das vezes, são completamente loucas, e que servem de escape, para fugirmos de nós mesmos, e do que acontece quando estamos em cima do tapete, dia atrás de dia. O processo  da prática é intenso, mas para existir uma mudança de padrões físicos, mentais, emocionais, e muitas vezes energéticos, é necessário que seja algo profundo. Pelo caminho vamos observando e sentindo aspectos, que andámos toda uma vida a fugir,  para os evitar. O trajecto nem sempre é levezinho, fácil, bonitinho, perfeitinho, às vezes suamos a própria alma para conseguir terminar uma prática. Muitos dias passamos por processos de dores, de bloqueios, de inseguranças, de limitações, mas também há os dias onde tudo vai, onde tudo fluí, onde nada é mais belo do que estarmos ali dentro das respirações, dos movimentos e das posturas por nós mesmos.

Não existem muletas no Ashtanga Yoga, não existem ajudas extras que são compradas em mercados nada fidedignos, não há cunhas, nem pagamentos debaixo da mesa, há um professor que ajuda e ampara na aula, mas em primeira e última instância a prática é individual! Não há maneira de se precaverem, a não ser usar as técnicas ensinadas, e subir ao tapete com regularidade e simplesmente deixarem acontecer o que quer que surja, seja bom ou mau, fácil ou difícil, bonito ou feio… E daí resulta algo incrível, como superação! Liberdade! Confiança! Garra interna, uma que ninguém vos tira! Nem vocês mesmos, com todos os medos, inseguranças, limitações que possam achar que têm dentro do vosso corpo.

É um processo que trespassa o facto de vocês estarem ou não mais gordos, menos felizes e plenos, que vivam uma perda,  se sintam preguiçosos, ou caso ainda não tenha sido nesta Sexta-feira que ganharam o esperado “Euromilhões”.  Mexa-se, entregue-se, encontre-se e recupere aquilo que sente que perdeu em determinada altura da sua vida, e ganhe aquilo que sempre esteve dentro de si, através de todo este conjunto de movimentos e posturas, que vão moldar o seu corpo,  limpar a sua mente e coração, e que trará os seus dois pés até ao momento presente. Um presente sem desculpas, sem baboseiras, que possibilitam aproveitar as oportunidades que você cria, ou que o universo trouxe para si.

 

BOAS PRÁTICAS

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